POBREZA, DESIQUALDADE E PRODUTIVIDADE

Por Henrique Santana

Muito temos falado sobre os programas de redistribuição de renda, principalmente nesses tempos de pandemia, quando os números da pobreza no Brasil foram expostos fortemente. É inquestionável a importância do debate sobre renda básica e outras medidas de proteção social, que finalmente está chegando à conclusão da sua indispensabilidade, intuindo, inclusive, uma revisão nos entendimentos capitalistas e do fundamentalismo de mercado, pejorativamente falando. Mas também é indiscutível que essas ações devam ser pontuais e temporárias, acessórias a outras intervenções que venham a modificar as dinâmicas econômicas que tirem essas populações da situação de miséria em que se encontram. Também se incorpora nessa discussão, a dificuldade do desenvolvimento e enriquecimento do país em um cenário de tanta desigualdade. Não se pode imaginar prosperidade sem antes encaminhar a saída para a desesperança de metade da população. Por fim, se incorpora nesse certame a questão da produtividade no Brasil, uma das mais baixas no mundo. Produtividade, nessa análise, é a relação entre a produção de bens ou serviços, a riqueza produzida, e o tempo investido no processo. Para se ter uma ideia desse conceito, um trabalhador brasileiro leva uma hora para fazer o mesmo produto ou serviço que um norte-americano faz em 15 minutos e um alemão ou coreano, em 20. A OCDE usa o PIB por hora trabalhada como uma medida da produtividade, o que é mundialmente aceito como parâmetro comparativo. Segundo o portal de economia, Trading Economics, em 2020 o Brasil ocupou a 75ª posição nessa medida entre 133 países pesquisados. Um empregado brasileiro gera, em média, US$ 17 por hora trabalhada, enquanto na Irlanda, no topo da lista, são US$ 99,5. Na Alemanha, eles produzem US$ 64,40 por hora e trabalham, em média, 340 horas a menos por ano que o trabalhador no Brasil. E esse quadro se mantem há mais de 30 anos. Apenas a agropecuária no Brasil manteve a produtividade por hora trabalhada em alta, com pico de 7,5% no período de 2007 a 2013. Na indústria, a produtividade mostrou queda de 0,2% nos últimos 23 anos. É pacificado entre os economistas mundiais que somente com a elevação da produtividade do trabalhador se conseguirá aumentar a renda da população e gerar crescimento sustentável em um país, reduzindo a pobreza e as desigualdades de seus cidadãos, evidentemente. O que fazer?

Henrique Santana é engenheiro.

Engenho Ipueira: Uma relíquia colonial

Por Joaquim Pinheiro e Ricardo Sobral

Descendo-se o promontório da cidade serrana de Areia, no Brejo Paraibano – distante 100 km de João Pessoa – pelo seu lado Norte, depois de 11 quilômetros de estrada, parte dela de calçamento até o distrito de Mata Limpa, chega-se ao  Engenho Ipueira, que em língua indígena significa alagado.

O alagado fica só no nome.

A propriedade tem 400 hectares, dos quais 42 são destinados ao canavial, sendo o restante dividido entre a reserva florestal e o pasto para criação de gado nelore, atividade econômica coadjuvante.

O maquinário do Engenho Ipueira, que vem de outras jornadas, é uma relíquia inglesa de 1878.

A cana é cortada a facão e transportada em cambitos à tração animal.

Pode-se dizer que o Engenho Ipueira é uma das relíquias do período colonial que sobrevive ao avanço tecnológico, graças ao empenho e obstinação do patriarca Donato Feitosa, filho do fundador, com ajuda de familiares e agregados. Lá estão a esposa Vilma Feitosa, o filho Ricardo, o neto Donato Feitosa Neto, e a nora Andréia Feitosa, num esforço conjunto e ordeiro sob a orientação de Donato Feitosa exercendo sua incontestável liderança. Clima ameno e geografia acidentada, mas de visual panorâmico privilegiado, o Engenho Ipueira emprega mais de 30 paraibanos residentes em Areia, famosa por sediar uma das mais importantes Faculdades de Agronomia. A moagem da cana de açúcar, como visto, resulta na fabricação da Cachaça Ipueira, a mais procurada da região. Donato Feitosa fala com orgulho e propriedade dizendo produzir uma cachaça pura e saborosa para os mais variados gostos e paladares. Uma cachaça com gosto de antigamente. Donato Feitosa é um defensor da preservação do Meio Ambiente. Para isso, ele destinou importante faixa de terra para  cobertura florestal. Diz está contribuindo para o equilíbrio da natureza. Visitar o Engenho Ipueira é mais que reler Menino de Engenho de José Lins do Rego. É voltar a ser menino. Um menino de Engenho.

No passado a propriedade produzia algodão e café. Em 1936, Donato Feitosa fundou o Ipueira para produzir açúcar mascavo e rapadura. Em 2003 o Ipueira passou a produzir cachaça, tendo como principal produto hoje a premiada Ipueira Premium, envelhecida em tonéis de carvalho francês. Na Região do Brejo chegaram a funcionar 300 engenhos. Atualmente, no município de Areia, ainda há 28 Engenhos em funcionamento, produzindo cachaça, rapadura e mel. São os sobreviventes da chegada das usinas na década de 30 do século XX.

Oportunista e Irresponsável

Setores da imprensa prestam um desserviço à Nação quando pregam a possibilidade de golpe no Brasil – segundo esses setores – arquitetado pelo presidente Jair Bolsonaro caso ele perca a reeleição que acontecerá no próximo ano. O Brasil vive uma democracia plena com direitos individuais garantidos pela Constituição, principalmente o da liberdade e o de ir e vir. O capitão foi eleito legitimamente pelo voto direto e democrático em 2018, a exemplo do próprio Luiz da Silva, que alimenta movimentos conspiratórios no País inteiro, cometeu malfeitos e está impune. E não houve contestação, nem em 2002, nem tampouco em 2018. Tem atualmente no Brasil um séquito de futurólogos de plantão externando pensamentos absurdos – com marcas de radicalismo – sobre o que vai acontecer em 2022 como se fosse adivinhos infalíveis. Esses pregadores de um teatro de horrores não querem o bem do Brasil nem dos brasileiros, mas desestabilizar o governo implantando um ambiente de insegurança, descrédito e instabilidade, objetivando transformar o País numa republiqueta comunista. O Brasil vivência um cenário divisionista patrocinado por radicais, o que não é bom para ninguém e todos perdem com isso, principalmente o Brasil que tem o seu processo de desenvolvimento interrompido e suas instituições desacreditadas. Pior: diante de uma crise pandêmica onde a união de todos os brasileiros se faz necessária para enfrentar os problemas a ela (crise) inerentes. Arautos do caos, da desordem e do oportunismo, estão inventando um pedido de impeachment para o presidente – de acordo especialistas do direito – sem nenhuma fundamentação legal. Só para tumultuar e dificultar o governo, numa atitude oportunista e por isso irresponsável

Oposição articula nome para eleição de 2022

A oposição a Fátima Bezerra, governadora do PT, está articulando para apresentar um nome forte e competitivo objetivando disputar o Governo do Estado em 2022. No momento, apenas a petista se diz pré-candidata ao cargo, e nessa condição está trabalhando ostensivamente para continuar no Palácio Potengi. Fátima, não divulga, mas o seu governo está sendo beneficiado com vultosos recursos federais autorizados pelo presidente Jair Bolsonaro para o enfrentamento do coronavírus. Estima-se que o Rio Grande do Norte recebeu mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos da Nação e isso está permitindo o pagamento do funcionalismo em dia e a promessa de quitar os atrasados do governo anterior. Além disso, o Estado está economizando com a paralisação de várias atividades, a exemplo de escolas fechadas há meses. O governo também está fazendo caixa deixando de pagar parcelas da dívida do Estado para com a União fazendo assim um aporte de recursos extra. O fato, é que paradoxalmente o Governo do Estado nunca teve tanto dinheiro em meio a uma crise pandêmica. Mesmo assim, a projeção de especialistas é de que o PT corre o risco de não reeleger sua governadora, a exemplo de Estados como Bahia, Alagoas, Maceió, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, entre outros, por ter se transformado num partido “amaldiçoado” em razão das falcatruas que praticou quando assumiu o comando da Nação nos governos Luiz da Silva e Dilma Rousseff. A oposição ainda não definiu quem vai disputar o governo contra Fátima Bezerra, mas existem nomes dentro do sistema que podem ser convocados, como o deputado, general Girão Monteiro e do prefeito Álvaro Dias. Segundo observadores, o fato é que mesmo sendo o PT um partido desmoralizado, não se pode subestimar quem está com a caneta na mão cheia de tinta. Mais: se a oposição não souber conduzir o processo sucessório com competência e sem vaidades pessoais, a governadora pré-candidata à reeleição, poderá surpreender, vencer o pleito de 2022 e ficar mais quatro anos sentada na cadeira na condição de governadora do Rio Grande do Norte.

Aldo Clemente repudia vandalismo liderado por vereadora do PT contra Plano Diretor de Natal

O vereador Aldo Clemente (PDT) se manifestou em relação a invasão promovida pelo Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) que acabou por suspender o processo de votação do Plano Diretor de Natal. O ato foi registrado nesta segunda-feira (25) e contou com a participação e liderança da vereadora Brisa Bracchi (PT).

“Manifesto minha total indignação e repúdio ao ato lamentável que assistimos. Uma ação antidemocrática e que desrespeita a sociedade natalense. Um verdadeiro atentado a democracia. Protesto claramente com interesses políticos, que só prejudica a Natal e que tem como único objetivo travar um debate que se arrasta há 13 anos”, disse Aldo Clemente.

O vereador disse ainda que o debate sobre o Plano Diretor de Natal é fundamental para o futuro da cidade. “E isso não pode mais esperar. Temos uma legislação defasada, que impede o crescimento da capital. Vamos atualizar o projeto, permitindo que Natal possa retomar seu desenvolvimento perdido nos últimos anos e manter a preservação do meio ambiente”, finalizou.