Surge mais um nome na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte: trata-se do deputado estadual Tomba Farias, que exerce uma forte liderança na região Agreste do Estado. Tomba é um político pragmático e determinado que vem da escola do ex-governador Iberê Ferreira de Souza. Foi prefeito do município de Santa Cruz, sua base eleitoral, elegeu a esposa, também prefeita e vem mantendo liderança absoluta em toda a região do Trairi. Tomba realizou administrações exitosas, sendo responsável pela mudança do perfil econômico-social de Santa Cruz e região circunvizinha. Conseguiu transformar o município no mais importante polo religioso com a construção da imagem de Santa Rita de Cássia, gerando emprego e renda para a população. No entendimento dos oposicionistas e integrantes do sistema “bolsonarista” , o nome de Tomba Farias unirá à oposição, contra o governo Fátima Bezerra na eleição do próximo ano, além de proporcionar condições para efetivação de um forte palanque para Bolsonaro no Rio Grande do Norte. Sabe-se nos meios políticos que será preparada uma grande festa cívica para lançamento da candidatura de Tomba Farias ao governo do Estado no próximo ano por ocasião da inauguração do Teleférico. Na oportunidade estarão presentes representações religiosas de vários municípios do Rio Grande do Norte.
Em dezembro do ano passado, a ONU, pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento – PNUD, publicou o ranking da desigualdade de renda no planeta. O Brasil ficou na 8ª pior posição entre 130 países avaliadas. Pior do que o nosso país, neste quesito, somente a Namíbia, Zâmbia, São Tomé e Príncipe, República Centro-Africana, Suazilândia, Moçambique e a África do Sul. O índice que mede esta desigualdade, traçando uma relação desta com a mobilidade social, chama-se Coeficiente de Gini. A medição do Coeficiente de Gini obedece a uma escala que vai de 0 (quando não há desigualdade) a 1 (com desigualdade máxima). Assim, quanto menor é o valor numérico do Coeficiente de Gini, menos desigual é um país ou localidade. O Brasil atingiu o coeficiente de 0,539. Na campeã da desigualdade, a África do Sul, terra do Apartheid, o índice é de 0,63. Ainda temos que considerar que este valor é médio para um país de dimensões continentais como o nosso, com uma enorme diversidade de situações socioeconômicas na divisão territorial do trabalho entre o campo e a cidade e entre as regiões. Para se ter uma ideia, em 2010, em uma pesquisa mais aprofundada, enquanto o Brasil tinha um Coeficiente de Gini de 0,56, no meio rural esse índice era de 0,727. Dentre os campeões da igualdade social, figuram a Finlândia, a Islândia, a Noruega, a Dinamarca, a Eslovênia e a Bélgica, com índices abaixo de 0,3. Estamos muito mal. E, embora esta situação venha melhorando com a queda deste coeficiente ao longo dos últimos 15 anos, os analistas da ONU alertaram que há sinais de desaceleração nesse processo e que é preciso agir para evitar uma parada. Essa desigualdade compromete o desenvolvimento do país e perpetua a pobreza. E o que fazer? O mesmo PNUD observa que sem avanços na educação a mobilidade na distribuição de renda ficará estacionada. Nos estudos realizados em países com altos níveis de renda mostram que a mobilidade educacional e o acesso ao ensino superior foram os elementos mais importantes na determinação da mobilidade socioeconômica entre gerações. Estamos muito atrasados. Não se questiona a necessidade das ações emergenciais de auxílio às pessoas em risco social. É humanitariamente e constitucionalmente obrigatório que se evite, a qualquer custo, que algum brasileiro passe fome. Mas sem ações estruturais, esses programas de transferência de renda, pontuais e passageiros, vão perdendo a sua capacidade de impactar na dinâmica econômica das regiões atendidas, condenando o Brasil ao patamar do subdesenvolvimento causado por esta fratura social que apresentamos, vergonhosamente, ao resto do mundo.
Henrique Santana é engenheiro civil, mestre e doutor em desenvolvimento e meio ambiente.
O sistema político de oposição ao governo do Estado está intensificando os entendimentos com vistas as eleições de 2022 no Rio Grande do Norte, entretanto, a definição de nomes só deve ocorrer poucos meses antes do pleito eleitoral. Mesmo assim, já se fala numa possível candidatura do prefeito de Natal, Álvaro Dias, do PSDB, para governador do Estado, tendo como companheiro de chapa o deputado federal General Girão Monteiro, do PSL, aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, e a exemplo dele, também militar do Alto Comando do Exército. Mesmo com essa hipótese, o nome do general não está descartado para o governo do Estado, pois são variáveis existentes dentro do sistema do presidente no Rio Grande do Norte, exemplo do próprio Rogério Marinho que poderá ser candidato a governador. Fábio Faria, outro nome da oposição, deve permanecer no cargo para trabalhar visando eleger o pai, Robinson Faria deputado federal. Outro nome representativo do sistema é o deputado federal Walter Alves, que comanda o MDB no Estado e já avisou que disputará a reeleição com ajuda do pai, ex-senador Garibaldi Filho. O mossoroense Beto Rosado também tentará a reeleição trazendo para o grupo “bolsonarista” a ex-prefeita Rosalba Ciarlin, que seria candidata a deputada estadual. Fábio Dantas, ex- vice-governador, que tem sido crítico contumaz da governadora Fátima Bezerra, tem seu nome lembrado para governador por lideranças interioranas, mas há quem diga que ele quer mesmo é ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O vereador Paulinho Freire e o deputado Ezequiel Ferreira são nomes expressivos na política do Estado que certamente estarão engajados no sistema oposicionista. Consta, inclusive, que Paulinho Freire deverá ser candidato a prefeito de Natal, enquanto Ezequiel Ferreira, que realiza uma boa gestão à frente do legislativo estadual, deverá disputar a reeleição de deputado estadual. Mas, todos sabem que a política é dinâmica e muita coisa poderá acontecer. É esperar para conferir.
Três nomes para o Governo do Rio Grande do Norte articulam suas possíveis candidaturas para as eleições de 2022. Trata-se da governadora Fátima Bezerra, do PT, que tentará a reeleição, senador Styvenson Valentim, do Podemos, e o ex-vice governador Fábio Dantas, do Solidariedade. Considerado um político hábil e bom articulador, Fábio Dantas, que representa a nova geração da política do Rio Grande do Norte, pode se transformar na novidade e esperança da população em 2022. No momento ele tem visitado todo o Estado, conversando com lideranças políticas e assessorando prefeitos na elaboração de projetos que visam a alocação de recursos para financeiramente potencializar as administrações municipais, todas em dificuldades em razão da crise. Paralelo a isso, Fábio Dantas dialoga sobre política e eleições de 2022. O desafio do pretenso candidato a governador é unir a oposição em torno do seu nome para se transformar num candidato forte visando derrotar a petista Fátima Bezerra, em processo de desgaste político. Um dos principais protagonistas no próximo pleito, certamente será o ministro Rogério Marinho com quem Fábio Dantas tem um bom relacionamento e deve fazer uma composição político/eleitoral com vistas as eleições do próximo ano. Poderá ser, Fábio governador e Rogério senador. Especialistas da política estadual entendem que em 2022 será uma realidade diferente do que foi na eleição passada quando Fátima Bezerra enfrentou Carlos Alves, ex-prefeito de Natal, um candidato fraco, sem carisma e despreparado. Além disso, Fátima Bezerra terá no caminho uma crise que está empobrecendo o Estado e deixando a governadora fragilizada.
As pretensões do ex-prefeito de Natal, Carlos Alves, de ser candidato do PT ao Senado em 2022, disputando a vaga deixada pela petista Fátima Bezerra, parece ter chegado ao fim com a decisão de Jean Paul Prates de disputar o mandato em 2022. Isto posto, o entendimento nos meios políticos é de que Carlos Alves não terá espaço no sistema do PT, nem tampouco no “bolsonarismo”, além do senador Styvenson Valentim, que também teria sido procurado pelo ex-prefeito de Natal para uma composição política. Styvenson tem reiterado que não quer nenhum político junto dele na sua campanha para governador. Segundo observadores da política, o PT abomina uma aproximação com o ex-prefeito de Natal por várias razões: primeiro, terá uma candidatura a senador do partido que é a de Jean Paul Prates; segundo, Carlos Alves votou em Jair Bolsonaro, e por último; o ex-prefeito tem um histórico político complicado por atos considerados de traição a correligionários e até a própria família quando afastou-se dos Alves para ficar oportunisticamente ao lado de Wilma de Faria, também abandonada quando o então vice-prefeito assumiu o comando da prefeitura. A história se repete: na última campanha, Carlos Alves impôs o nome de Aila Cortês para vice de Álvaro Dias e logo em seguida deixou Álvaro sozinho na campanha vitoriosa para prefeito de Natal. Agora mesmo, Carlos Alves tem sido ausente no combate à pandemia em Natal, a exemplo da própria vice-prefeita, indicada por ele, que não dá um “pio” sobre o grave problema, também deixando o prefeito só. Ainda durante a campanha eleitoral Carlos Alves abandonou candidatos a vereador do seu partido, o PDT, que graças ao esforço de Paulinho Freire elegeu uma expressiva bancada de 5 vereadores. Um pedetista histórico avalia que se o PDT continuar sob a presidência de Carlos Alves a tendência é os vereadores abandonarem a legenda. São eles: Robson Carvalho, Felipe Alves, Aldo Clemente, Paulinho Freire e Nina Souza. E o partido desaparecer do espectro político do Rio Grande do Norte. Literalmente.