O Brasil, País, não merece nenhum dos dois. Não terá sossego e paz social com nenhum deles. Está manifestamente dividido. O radicalismo de um alimenta o outro.
O eleitor, todavia, segundo as pesquisas, não quer nada fora da bipolarização, prefere continuar comendo “m” com dois palitos.
Conquanto o “Corvo da Rua do Lavradio” já tenha advertido lá nos anos 60 que estatística (pesquisa) é como menino de recado, diz o que se manda dizer, na realidade, o cenário não é muito diferente do revelado pelas pesquisas: vai ser um dos dois, salvo uma ruptura no tecido político.
30 pariu 46; que pariu 64; que pariu 69; que pariu 85, que pariu o lulopetismo; que pariu o bolsonarismo.
Como filho não nasce sem mãe, em sequencial lúgubre, um não teria existido sem o outro.
Ao nosso genial Cascudinho é atribuída a frase o melhor do Brasil ainda é o brasileiro. Não acredito que tenha dito isto, exceto que seja uma ‘boutade’ cascudiana, após umas geladas na Confeitaria Delícia do português Olívio na velha Ribeira de guerra.
Nesse caso, peço licença ao mestre para trocar o ponto por ponto e vírgula e acrescentar: exceto, quando vai votar.
O ex-deputado Henrique Eduardo Alves não será candidato a nenhum cargo eletivo nas eleições do próximo ano, segundo uma fonte próxima ao ex-parlamentar norte-rio-grandense que esteve recentemente com ele. Se isso acontecer fica apenas minimizada a crise no MDB sem, no entanto, uma solução definitiva. O MDB é um partido presidido no Estado pelo Deputado Federal Walter Alves. Os dois, Walter e Henrique estão em conflito há algum tempo. Não se sabe se o MDB caminhará ao lado da Governadora Fátima Bezerra na eleição do próximo ano ou se fará uma composição político-eleitoral com o sistema do Presidente Jair Bolsonaro, opositor da Governadora no Rio Grande do Norte.
Questionada se Henrique Eduardo votará em Walter Alves em 2022, a mesma fonte, assegurou que “em hipótese alguma”, o que os afastarão definitivamente. Estaria também descartada uma candidatura de Garibaldi Filho ao Senado ou ser companheiro de chapa de Fátima Bezerra na condição de vice. Consta de que Garibaldi Filho disputará mandato de Deputado Estadual para potencializar a reeleição de Walter Alves. O motivo do recrudescimento da crise familiar no MDB era motivada por uma possível candidatura de Henrique Eduardo a Deputado Federal, o que parece afastada definitivamente. Resta saber agora qual será o destino do MDB nas eleições do próximo ano: se opta pela reeleição da Governadora Fátima Bezerra ou se faz aliança política com o sistema “bolsonarista” no Estado.
O Kaba estava deitado na rede jiboiando, controle remoto na mão, assistindo um jogo qualquer da copa, desses jogos mornos, burocráticos, sem entusiasmo maior. A mulher mexendo nas coisas na cozinha, aqui e acolá um estalo de metal paneloso, uma xícara espatifada no chão. Nada de extraordinário naquela tarde pachorrenta; nada que prenunciasse que em instantes o tempo iria fechar.
Amor, quer canjica, tá bem quentinha, do jeito que voce mais gosta?
Filha, canjica não combina com cerveja. Obrigado. Depois.
Mas amor… insistiu a “crionça” em meio ao vapor exalado da panela. Bateu uma crise de consciência no animal cervejeiro. Então, cai-lhe na telha a ideia de que ela havia preparado a iguaria junina para ele.
Tá bem. Aceito.
Maravilha. Sirvo já. Quer num prato de sopa ou raso?
Não, minha branca, menos. Quero só uma fatia.
Tá bem, amor. De que tamanho?
Do tamanho de sua…
Safado! Eu levo.
Filhaaaaá; corte a metade. Quinze minutos depois o kaba foi atendido na urgência do Walfredo com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
Contrariando o curso da natalidade da família Alves em Angicos , ele nasceu em Ceará Mirim. Veio para Natal, onde foi aluno interno do Marista, até uma tuberculose sinalizar que sua vida seria curta. Tinha apenas 14 anos, lutou e venceu este primeiro desafio pela vida.
Foi respirar o ar puro de Belo Horizonte. Curado, foi morar no Rio de Janeiro, onde seu irmão Aluízio era Deputado Federal e sócio do Jornal Tribuna da Imprensa.
Anos dourados no Rio, ao lado de grandes nomes do jornalismo brasileiro, abraçou a profissão, onde aprendeu a brincar com as palavras em prosa e verso de forma articulada, irônica e certeira.
O destino conspirou para seu retorno a Natal, na condição de Secretário de Governo do seu Irmão Aluízio Alves, eleito em 1960, realizando grandes missões, entre elas a construção da Cidade da Esperança.
Outra casualidade o levou a ser candidato a Prefeito de Natal em 1965, eleito, começou a trilhar seu calvário político, até sua prisão e cassação. Parecia um nocaute, mas ele resistiu, com uma máquina de datilografia na sua trincheira da Tribuna do Norte. Subindo e descendo as ladeiras da velha Ribeira, criou o personagem NECO, para quem escrevia cartas em artigos diários, que com recados certeiros, norteavam a resistência do seu grupo politico-familiar.
Com a eleição de Tancredo Neves, reaparece como Diretor do BNB, retomando seus sonhos e projetos e elege seu filho Carlos Eduardo, deputado estadual – 1986.
Deixou o BNB em junho de 1990, já no Governo Collor de Melo, volta para ao jornalismo na Tribuna e TV Cabugi.
Em 1996, participa da eleição para prefeito de Parnamirim, não obtendo sucesso. Seus amigos custaram a acreditar, quando quinze dias depois , convocou a todos para realizarem juntos a primeira festa natalina para crianças de Parnamirim. Era o início de nova resistência. Vem a eleição de 1998 e ele concorre como primeiro suplente na chapa de Fernando Bezerra, eleitos trocaram um telefonema onde o Jornalista Agnelo Alves diz: “Fernando seu destino termina em tério, ou o ministério ou o cemitério “ – risos, Agnelo já sabia que Fernando Bezerra seria Ministro e ele assumiria o Senado.
Na condição de Senador, pavimentou sua eleição para Prefeito de Parnamirim. Eleito com grande maioria, troca o Senado pela Prefeitura de Parnamirim, onde realizou um mandato revolucionário de oito anos, projetando a cidade com grandes obras nas áreas social, educação, saúde e infra estrutura. Saiu consagrado com uma aprovação popular de 92 por cento. Candidatou-se a Deputado Estadual, eleito descobriu um câncer, resistiu e foi eleito para um segundo mandato em 2014, aos 82 anos. Faleceu no dia 21/06/2015, em uma UTI no hospital Sírio Libanês em São Paulo, lutando pela vida.
Informação dos bastidores da política é de que o acordo entre PT e MDB está praticamente acertado, constando do seguinte: a chapa governista será formada pela governadora Fátima Bezerra (concorrendo à reeleição), tendo como companheiro de chapa o ex-senador Garibaldi Filho na condição de vice-governador. O senador Jean Paul Prates, do PT, disputará a reeleição, a exemplo de Walter Alves, que também concorrerá à reeleição de deputado federal, enquanto Henrique Eduardo será acomodado disputando uma vaga de deputado estadual. Nos meios políticos não existem dúvidas de que essa possível chapa fortalecerá a reeleição de Fátima Bezerra no pleito de 2022.
Ainda dentro do tema sucessão estadual, consta que está praticamente consolidada a chapa oposicionista com o ministro Rogério Marinho para governador do Estado, tendo o deputado Tomba Farias, do PSDB, como companheiro de chapa na condição de vice-governador. O ministro Fábio Faria (que deverá assinar a ficha do PP), será mantido como candidato a senador, todos com aval do presidente da República, Jair Bolsonaro. Essa possível chapa poderá ser forte no confronto direto com o sistema liderado pela governadora Fátima Bezerra, que enfrenta dificuldades em razão da pandemia e do desgaste do seu partido, o PT, investigado e acusado de malfeitos com o dinheiro público. A chapa oposicionista, que deverá ter Rogério Marinho como candidato a governador, poderá se tornar competitiva, entretanto, é evidente que estará condicionada ao desempenho do presidente Jair Bolsonaro no momento da eleição. Se o presidente for bem nas pesquisas, Rogério, certamente terá um reforço substancial na sua candidatura. As obras federais que estão vindo para o Rio Grande do Norte certamente farão a diferença e Bolsonaro e Rogério se beneficiarão disso. Fátima Bezerra depende da presença de Lula da Silva no seu palanque, o que é pouco provável pelas razões que todos conhecem. A disputa promete.