Joaquim Pinheiro

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O HAT-TRICK CONTRA DO PREFEITO BRUNO

Por Dyandro Pinheiro – advogado

No contexto futebolístico o termo hat-trick, que ganhou notoriedade após a copa do mundo de 2022, é usado quando um jogador marca três gols em uma única partida. O português Cristiano Ronaldo é o atleta em atividade com o maior número de hat-tricks.

De uns quinze dias para cá, um fato político vem gerando intensa mídia e debate na Paraíba. Trata-se da aproximação política dos até bem pouco tempo antagônicos Bruno Cunha Lima, prefeito de Campina Grande com o senador Veneziano Vital do Rêgo. E é sabido, por aqueles forjados no noticiário, que fatos geram circunstâncias que geram outros fatos seguindo para mais circunstâncias. A depender dos olhos ou ouvidos, os fatos agradam ou desagradam, mas carregam, em análise desapaixonada, um efeito por vezes duradouro e cruel.

Dentro desse cenário já se via o primeiro gol contra do prefeito, quando desprestigia o ex-prefeito e atual deputado federal Romero Rodrigues – saído da prefeitura municipal com índice de aprovação gigantesco e principal responsável pela vitória de Bruno – trazendo e dando visibilidade para o cenário político municipal um senador que representa o que há de pior na prática política brasileira e em nada contribuiu para a eleição daquele. A justificativa seria o acesso e destravamento de projetos junto ao Governo Federal e que não se poderia negar “ajuda” a Campina. Ora, relação institucional deve existir entre gestores e ocupantes de qualquer cargo políticos. E parar por aí, com certos políticos!

O segundo erro – digo, gol contra – e o mais grave foi revelado agora, com a “entrega” da Secretaria de Ação Social do município ao grupo do senador. Uma pasta que – cheia de verbas federais e cargos – se destravada para aqueles que usam a administração pública para práticas nefastas é um “céu de brigadeiro”.

Por último, conseguiu o prefeito ressuscitar em Campina Grande um grupo político que estava no ostracismo; sobrevivendo sob os holofotes de um mandato e uma parte da mídia que não desagrada o poder, seja ele qual for.

Certo é que o tempo vem, com os seus questionamentos por vezes incontroláveis os fatos que pareciam acertados e convenientes são submetidos às circunstâncias que foram capazes de gerar; aí já causaram efeitos inimagináveis.

No romance policial existe uma lição no sentido de que quando existe uma morte misteriosa de alguém importante não se deve perguntar quem matou, mas quem foi o interessado naquela morte. O autor material do crime, esconde apenas, o intuito do verdadeiro criminoso.

Como diria Branco, filósofo do calçadão: “O abandono, às vezes, é libertador. Para quem liberta e é libertado.”

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